Utilizámos concentrações diferentes de PCBs. Num primeiro teste utilizou-se a estirpe wild type, e num posterior utilizou-se a estirpe white e a concentração de 1148µm.
Utilizou-se uma solução de PCBs, surgindo 5 concentrações (baixa, intermédia, elevada e muito elevada). As concentrações que se utilizaram são as seguintes:
1µm
10µm
30µm
100µm
1148µm
Começou-se por anestesiar com éter sulfúrico algumas moscas e seleccionou - se, com o auxílio da lupa e do pincel, 5 indivíduos na proporção 3:2, isto é, 3 fêmeas virgens e 2 machos da estirpe wild type. Pretendeu -se observar possíveis alterações na descendência, pois desenvolveram -se num ambiente contaminado. Ao mesmo tempo, fez-se papa para depois colocar num tubo de ensaio, 2cm papa, medidos com a régua, e devidamente protegidas com luvas, colocou -se 1mL de cada concentração de PCBs. Este processo tem que ser rápido, uma vez que a papa solidifica em poucos minutos.
Ao fim de 12 dias, observou - se e registou -se as alterações obtidas na Drosophila melanogaster.
Resultados
Os resultados obtidos nesta fase do nosso projecto podem ser evidenciados através de fotografias.
As Drosophilas que estiveram em contacto com a concentração de 1µm de PCBs, não apresentaram qualquer deformação na fase adulta.
O mesmo não se passou com as Drosophilas que estiveram em contacto com as restantes concentrações.
Testes de Ecotoxicidade em Drosophila melanogaster
Na situação da concentração de 1µm, foram observadas 10 Drosophilas que não apresentavam anomalias físicas.Tivemos como referência as Drosophilas m. que não estiveram em contacto com poluente, da mesma estirpe(wild type).
Esta é a concentração mais baixa com que trabalhamos. Por isso, logo à partida não esperávamos encontrar deformações. De facto as nossas previsões vieram a verificar-se.
Mas, se na primeira concentração não encontramos Drosophilas com deformações, o mesmo não aconteceu com as que estavam em contacto com [C] 10µm.
Nesta concentração, ao analisarmos no total, 10 moscas -da -fruta, encontramos algumas anomalias. As mais evidentes são asas coladas, deformadas e pontiagudas e/ou coladas pela zona do abdómen. Para além destas, também verificámos que estas tinham alguma dificuldade na locomoção, já que notava-se algumo embaraço em movimentarem as patas traseiras. Duas Drosophilas melanogaster tinham ou a asa partida ou metade desta, que pode ter surgido de duas situações. A primeira hipótese pode ser que ao colocarmos na caixa de petri para as analisarmos, podemos tê -la partido. Uma segunda hipótese pode ser que as deformações sejam uma deficiência nas asas. No entanto, encontramos nas dez que observamos, uma normal. Desta forma, ainda não podemos definir quais são as deformações que os PCBs provocam nas Drosophilas m.. Só quando atingirmos um número de ensaio com relativo interesse, é que podemos considerar um Padrão de Mutações específico para os PCBs.
Para a concentração de 30µm, analisamos 14 moscas -da – fruta, visto que o número de indivíduos que analisámos depende do número de indivíduos que possuíamos.
30µm é considerada uma concentração intermédia. Nesta, tal como esperado, encontramos deformações em 8 Drosophilas m.. No entanto ainda continuamos a encontrar Drosophilas m. normais.
As moscas - da – fruta, apresentavam asas coladas, bastante deformadas e com as pontas um pouco pontiagudas, mal definidas. Para além disto, as Drosophilas m. apresentavam os pêlos eriçados e em certos casos até se encontram bastante eriçados. Até então não nos tínhamos deparado com esta alteração, o que nos leva a pensar que esta pode ser específica desta concentração intermédia. Todavia, ainda só realizamos um ensaio. Ainda podemos considerar o facto de se apresentarem muito brilhantes, corcundas e com reduzidas dimensões analogamente com as Drosophilas m. saudáveis.
Em conclusão, podemos dizer que há uma constância de deformações apesar de ter aparecido uma alteração que até então era desconhecida para nós. Esperávamos, que com esta concentração não aparecem-se Drosophilas m. Normais, devido ao seu potencial tóxico. No entanto, estas ainda apareceram, em quase metade das analisadas. Ainda não podemos estabelecer um padrão de deformações, já que só realizamos um ensaio, o que não prova nada.
Na última concentração, 100µm, a concentração mais alta que utilizámos neste primeiro ensaio, esperávamos encontrar deformações evidentes, concretas e objectivas. Apenas analisamos 14 Drosophilas melanogaster e já se encontravam mortas. Apesar da sua condição, analisámo-las e verificámos que as deformações até agora conhecidas, apareceram novamente. Muitas delas tinham a cabeça de lado. Esta alteração não tinha aparecido nas concentrações anteriores, podendo ser específica desta concentração. Mas, como já referi anteriormente, só podemos formular um padrão de alterações a partir do momento que tivermos mais que um ensaio. Pêlos eriçados de forma mais visível, asas coladas ao abdómen, claramente deformadas, mal definidas e pontiagudas foram as deformações que encontramos. Devido ao estado em que se encontravam, não conseguimos verificar se havia alguma Drosophila melanogaster aparentemente normal. Em geral, apresentavam uma estrutura muito reduzida, muito abatida e um aspecto ressequido. Uma das razões poderá ser os efeitos que os PCBs provocam, ou então a temperatura da estufa um pouco elevada (28ºC), deteriorando muito mais depressa a papa, levando a uma pobre alimentação e daí um mau desenvolvimento. Como consequência, morreram.
Concluindo, na concentração mais forte das quatro que utilizamos, conseguimos averiguar que as Drosophilas sofrem deformações físicas não muito diferentes das que aconteciam nas concentrações anteriores, mais baixas. Estávamos à espera que aparecesse outras alterações mais drásticas. No entanto apareceram mortas com as deformações até então conhecidas.